Em nota, a universidade ressalta que desde 2014 “formalizou a utilização desses resultados ao abrigo de um protocolo estabelecido com o Inep”, o que “faculta à Universidade de Coimbra o acesso à base de dados do Enem para efeitos de validação de resultados dos candidatos ao processo seletivo”.
Há taxas, é claro. São 50 euros para se candidatar e 20 euros para se inscrever no curso. Faz-se necessário um ano preparatório, chamado oficialmente de “ano zero”, que custa 5 mil euros.
A partir de então, a anuidade da graduação é de 7 mil euros. Há uma previsão de bolsas, por mérito, que podem reduzir de 1 mil a 2 mil euros o valor anual.
Outras universidades
Fundada em 1911, a Universidade do Porto é outra instituição portuguesa muito procurada por brasileiros. De acordo com informações da universidade, o Enem também é valido ali graças a acordo firmado com o Inep em 2016.
A instituição frisa que aceita os resultados da prova brasileira tanto para admissão nos cursos de licenciatura como de mestrado integrado, mas enfatiza que “as notas do Enem podem ter um peso diferente em função do curso ou faculdade em que o candidato pretende ingressar”.
Na Universidade do Porto, as anuidades variam entre 3,5 mil e 8 mil euros. Mas, uma boa notícia para lusófonos: “atendendo aos laços que unem Portugal aos estados que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tome e Príncipe e Timor-Leste), pode ser aplicada uma redução de até 45%”, declara a instituição, sobre a taxa paga por estudantes oriundos desses países.
Maior instituição pública de ensino superior de Portugal, a Universidade de Lisboa é outra signatária de acordo com a autarquia brasileira.
No caso, ela aceita na candidatura os resultados do Enem realizados até três anos antes — as inscrições para o processo seletivo vigente já se encerraram em 19 de fevereiro.
O mínimo de pontuação necessária depende da área de conhecimento desejada, portanto é preciso consultar caso a caso.
Pelo mundo
De acordo com o Inep, nada impede que outras instituições de ensino superior pelo mundo aceitem os resultados do Enem em seus processos seletivos, mesmo que não tenham assinado nenhum convênio ou acordo com a autarquia brasileira.
O argumento é que o exame brasileiro poderia ser aceito por determinadas universidades estrangeiras da mesma forma como os testes de aptidão ACT ou SAT, aplicados nos Estados Unidos e válidos nas instituições de ensino superior por lá. Nesses casos, o principal conselho é que os interessados chequem caso a caso.
Em geral, as instituições pedem certificados de conclusão do equivalente ao Ensino Médio e provas de proficiência no idioma inglês ou no idioma em que as aulas forem ministradas.
Quando há a solicitação de comprovação do aproveitamento do Ensino Médio, o Enem pode eventualmente ser aceito como avaliação.
A BBC News Brasil entrou em contato com onze universidades do Reino Unido, Irlanda, Estados Unidos e Canadá, perguntando se o Enem pode ser utilizado em seus processos e de que forma isso é feito.
Até a tarde desta terça-feira (30/3), apenas as Universidades de Oxford, Kingston e Toronto responderam. A de Oxford foi taxativa: na renomada instituição milenar do Reino Unido, o Enem não é reconhecido no processo seletivo. Já a também britânica Universidade de Kingston afirmou que “não tem uma política de admissão específica para o Enem” pois recebe “poucos pedidos de alunos do Brasil” – e sua política geral é analisar “caso a caso”.
Do Canadá, Universidade de Toronto informou que no caso de estudantes brasileiros é imprescindível a apresentação do Enem no processo seletivo. Em tempos de pandemia, contudo, a instituição informa que tem procurado ser mais compreensiva com relação ao acesso, considerando que é um momento particularmente “estressante para alunos que se preparam para estudos pós-secundários”. “Continuaremos monitorando o impacto da pandemia de covid-19 no ano letivo e teremos uma conduta mais flexível, dentro do possível, durante o processo de admissão”, afirmou, em nota enviada à reportagem.
Fonte: BBC Brasil