Finalizando a série de matérias especiais em comemoração ao Dia do Estudante, celebrado na última quarta-feira (11), o Ministério da Educação (MEC) relatará, nessa última matéria, experiências vividas por dois estudantes que integram a educação especial brasileira.
João Paulo Araújo, de seis anos, está matriculado no primeiro ano do ensino fundamental e possui altas habilidades em algumas áreas, como a de comunicação. Thaíza Oliveira, mãe de João Paulo, conta que o filho começou a frequentar a escola antes de completar dois anos de idade. “Ele vai para a escola desde um ano e onze meses, e desde o primeiro contato dele com a escola ele gostou muito”, contou.
A escola de João Paulo recomendou que o estudante passasse a frequentar, como forma de complementação aos estudos, uma escola de altas habilidades, que atua com uma proposta de atendimento educacional especializado para estudantes com altas habilidades e/ou superdotação, tendo como fundamento princípios filosóficos que embasam a educação inclusiva.
Thaíza explanou sobre a importância desse acompanhamento. “Os encontros têm sido muito importantes para ele. É um ambiente com crianças que possuem o nível intelectual semelhante ao dele, que compartilham de ideias e comportamentos semelhantes, então tem sido muito importante para nós como família e para ele como indivíduo”, afirmou a mãe de João Paulo.
Com apenas seis anos, João Paulo pediu aos seus pais que criassem “uma banquinha para vender qualquer coisa”, como ele mesmo disse. Foi então que a família decidiu investir na venda de cookies e biscoitos decorados, atendendo ao pedido de João Paulo, que afirmou que gostaria de “começar a trabalhar cedo para logo garantir sua aposentadoria”.
Os Cookies do João, como são chamados, são produzidos por Thaíza, que é gastróloga. As vendas são realizadas pela internet, por meio da conta no Instagram e pelo WhatsApp. Thaíza conta que o objetivo de João Paulo é “vender para todo o Brasil e logo para o mundo”. João Paulo também sonha com a abertura de uma loja física, com vários andares, para que ele possa atender a todos os seus clientes.
Outra história inspiradora é a de Clara Nogueira Marinho, que tem 22 anos, é estudante de Letras e possui paralisia cerebral decorrente da falta de oxigenação em seu nascimento. Clarinha, como gosta de ser chamada, conta que sempre amou ler livros e inventar histórias, graças a seus pais que sempre a incentivaram na leitura. “Minha mãe lia muito para mim, sempre me contava muitas histórias e eu realmente as vivia. Isso foi crescendo, se desenvolvendo e eu comecei a escrever, desde pequenininha”, afirmou Clarinha.
A estudante conta, ainda, que uma professora do jardim de infância a motivou a seguir o caminho da escrita. “Ela virou para mim e me perguntou o que eu queria ser quando crescesse. Respondi que queria ser médica veterinária, e ela falou que eu deveria ser escritora, porque tinha talento para isso”, contou.
A estudante ressaltou a importância da inclusão no ambiente escolar e de projetos que favoreçam esse movimento. “Se tem algo que precisa sempre ser feito é preparar os professores para receber diferentes tipos de estudantes. Não ensinar como num manual, porque pessoas não vêm com um manual, mas dar informações básicas para a inclusão de todos”, reforçou Clarinha.
Atualmente, Clarinha utiliza as redes sociais para publicar textos autorais e promover debates sobre a inclusão de pessoas com deficiência. Conteúdos sobre o direito das pessoas com deficiência, autoestima, e a trajetória na inclusão são alguns exemplos de materiais produzidos e divulgados pela estudante.
Clarinha aproveitou a oportunidade para deixar um recado especial a todos os estudantes: “Para os estudantes que estão aí, eu peço que continuem, porque o estudo é maravilhoso e é a forma de você se preparar para o que enfrentará mais à frente.”, conclui a estudante de letras.
Confira o perfil de vendas do Cookies do João no Instagram.
Confira o perfil de Clarinha no Instagram.
FONTE: Assessoria de Comunicação Social do MEC