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Suspensão de aulas pode prejudicar estudantes no Enem
ENEM
adminwp 2 de abril de 2020

Secretários estaduais temem que suspensão de aulas por conta da pandemia do novo coronavírus prejudique o preparo dos estudantes para o Enem deste ano.

Em nota, portanto, pedem que as datas das provas do exame sejam definidas após o fim do ciclo da pandemia.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou o edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nesta terça-feira (31).

As datas de aplicação do exame impresso, nos dias 1º e 8 de novembro, e do digital, nos dias 11 e 18 de outubro, anunciadas no ano passado, foram mantida pela autarquia a fim de não prejudicar os alunos.

Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que reúne os secretários estaduais de educação todo o país, diz estar preocupado com os prejuízos causados aos estudantes pela suspensão das aulas em todo o país.

Alegam que nem todos os alunos têm igual acesso à internet e a recursos digitais.

De acordo com o Consed, a manutenção do calendário do Enem deverá ampliar as desigualdades, sobretudo, entre os estudantes do ensino médio em todo o país para o acesso às instituições de ensino superior, bem como impedir o acesso dessas populações ao ensino superior.

“Mesmo considerando as soluções e ferramentas que estão sendo implantadas nas redes privadas e públicas para minimizar as perdas do período de suspensão das aulas presenciais, elas não chegarão para todos os estudantes brasileiros, especialmente os mais carentes”, conforme a fala dos secretários.

Os estados pedem, então, que se aguarde o fim deste ciclo da pandemia e o retorno das aulas para que a data do Enem seja definida.

Solicitam, ainda, a ampliação do prazo para as inscrições e a garantia da isenção da taxa de inscrição para todos os estudantes de escolas públicas.

Segundo os secretários, seria “uma verdadeira estratégia de apoio a esses alunos”.

As redes estaduais concentram cerca de 83% das matrículas do ensino médio de todo o país. Os dados são do Censo Escolar 2019.

Rede privada

Na rede privada, a situação é diferente. Para o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista Pereira, os estudantes, de fato, têm condições de se preparar até o Enem.

Segundo ele, a prova avalia não apenas os conhecimentos do último ano do ensino médio, mas os estudos ao longo da vida.

“O estudante tem condições de fazer tranquilamente. Fazer um boa prova está mais na capacidade desse jovem de estudar sozinho, de ler, aprender”, diz e complementa: “Acho que eles têm condições. Têm todas as ferramentas hoje, tem o YouTube, tem a internet, com um pouco de orientação, o estudante tem condições de fazer o Enem”.

Manutenção do calendário

Em vídeo publicado no Twitter nesta quarta-feira (1º), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, diz que a publicação do edital neste momento é importante para garantir aos participantes que haverá Enem este ano.

“Todo ano você sabe que tem Enem. Nós queremos garantir esse direito a você, participante, garantir que você tenha o Enem, que essa crise não tire o direito de você”.

O presidente também diz que para que a prova aconteça, “um longo trabalho é feito antes. O Enem é uma longa jornada com várias etapas”.

Ele acrescenta: “Como resultado, nós do Inep estamos trabalhando nesse ambiente da pandemia, nesse momento de crise.

Nossa equipe está fazendo um esforço com a finalidade de poder garantir que você tenha esse direito garantido”.

Maioria sem aulas

No Brasil, há suspensão de aulas em todos os estados para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, conforme orientação da OMS.

A medida não é exclusiva do Brasil. No mundo, de acordo com os últimos dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que monitora os impactos da pandemia na educação mostra que, surpreendentemente,, 188 países determinaram o fechamento de escolas e universidades, afetando 1,5 bilhão de crianças e jovens, o que corresponde a 89,5% de todos os estudantes no mundo.

 

Fonte: EBC

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