O governo federal definiu quotas para a criação de novas vagas em cursos de medicina ministrados por faculdades privadas em cada estado nos próximos anos. A Bahia lidera com 900 vagas, seguida por São Paulo, que terá 780 vagas disponíveis. No total, até 5.700 vagas poderão ser abertas, distribuídas em um máximo de 95 novos cursos. No entanto, esses cursos não poderão ser estabelecidos em qualquer lugar; eles só poderão ser criados em municípios previamente designados pelo governo, de acordo com critérios específicos.
As regras são estabelecidas em um edital anunciado pelos ministérios da Educação e da Saúde em uma quarta-feira, sendo o primeiro chamamento público após o término do congelamento da abertura de novos cursos de medicina. O documento estava prestes a ser publicado no “Diário Oficial da União” (DOU) no momento do anúncio.
Empresas que operam no setor de ensino privado questionam as regras impostas pelo Ministério da Educação e levaram o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em agosto, o ministro Gilmar Mendes, do STF, reforçou que limitar a criação de cursos de medicina apenas por meio de chamamento público é uma prática constitucional.
O objetivo principal de estabelecer limites para a autorização de novos cursos de medicina em instituições privadas é descongestionar a oferta em regiões já saturadas e garantir a qualidade da educação médica no Brasil. Isso também visa atender às necessidades do Programa Mais Médicos. Os critérios levam em consideração as demandas por profissionais de saúde e a infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada região.
Com base em um estudo do Ministério da Saúde, foram pré-selecionados 1.719 municípios que atendem a critérios específicos:
Aqui estão os números de novos cursos e vagas que as faculdades privadas poderão abrir em cada unidade da federação, bem como o número de municípios aptos:
As altas mensalidades (chegando a R$ 12 mil), a baixa taxa de evasão dos estudantes e a importância estratégica das graduações em medicina tornaram-se altamente lucrativas para as instituições de ensino, estimando-se que uma única vaga possa valer R$ 2 milhões no mercado. Esse fator levou a um aumento significativo no número de cursos de medicina no Brasil, passando de 113 em 2002 para 322 em 2018.
Três principais desafios surgiram em decorrência desse aumento:
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Fonte: G1