
Para enfrentar o longo tempo de espera por atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 7.061, que reconhece a situação de urgência em saúde pública em todo o país, pelo período de dois anos. A iniciativa vem alinhada à assinatura da Medida Provisória 1301/2025, que cria o Programa Agora Tem Especialistas no SUS, com o objetivo de acelerar o atendimento dos pacientes.
O conjunto de ações inclui mutirões, parceria com a rede privada e telessaúde, além de carretas com atendimento móvel e aumento dos turnos nos hospitais públicos. O programa também criará um centro de diagnóstico de câncer e a abertura de 3 mil vagas para residência médica. Será criado um mecanismo que permitirá a troca de ressarcimento de planos de saúde por cirurgias, diagnósticos e consultas com especialistas, possibilitando que o paciente do SUS seja atendido em hospitais particulares. Assim, deverá ser viabilizado credenciamento contínuo para clínicas, hospitais e ambulatórios privados, com um investimento de R$ 2 bilhões por ano.
O programa deverá disponibilizar ainda 150 carretas, com especialistas, equipamentos para exames, pequenas cirurgias e biópsias, que percorrerão regiões desassistidas. Com isso, o governo federal pretende viabilizar cerca de 4,6 milhões de consultas e de 9,4 milhões de exames, por ano, represados pelo estrangulamento do sistema de saúde.
Em audiência conjunta, na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o programa reforçará a contratação de procedimentos de média e alta complexidade, gargalos enfrentados Brasil afora.
Para a Diretora da Rede Geronto, Suzana Funghetto, o reconhecimento da situação de emergência e as ações estratégicas para a universalização do atendimento com profissionais especialistas são passos importantes para reduzir o tempo de espera dos pacientes, um gargalo histórico, cujo impacto é sensível para os idosos. “O envelhecimento demanda respostas rápidas, com políticas públicas de assistência e cuidado resolutivos e de qualidade. A longevidade perpassa a atenção primária e a rede de serviços especializados e de alta complexidade, com diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e a manutenção da saúde”, afirma.
A estimativa é que as medidas contribuam para a expansão em até 30% os atendimentos em policlínicas, UPAS, ambulatórios e salas de cirurgias por todo o Brasil.
Fonte: 2 em 1 comunicação e Educação