O Governo do Distrito Federal estuda reabrir escolas de ensino médio no dia 18 de maio, ficando as aulas de toda rede com previsão de retorno a partir de 1º de junho. A proposta faz parte de planos elaborados pela Secretaria de Educação do DF. A proposta para retorno gradual das atividades dos estudantes e profissionais da educação é citada na Nota Técnica nº 09/2020, de 25 de abril de 2020. O Escritório de Situação e Projetos do Gabinete do secretário de Educação elabora o Plano de Retorno às Aulas Presenciais na Rede Pública de Ensino do DF desde 22 de abril. Nessa data, o governador Ibaneis Rocha (MDB) deu 10 dias para apresentação do estudo a fim de efetivar a reabertura dos estabelecimentos de ensino.
Entre as proposições elencadas pela nota técnica está a criação de um rodízio para que as turmas sejam divididas em escolas que não têm infraestrutura para garantir o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os alunos. Em cada semana, uma parte do grupo teria aula presencial, enquanto a outra metade faria estudos mediados por tecnologia. Outra sugestão é a divisão por turnos das turmas nas unidades de ensino em tempo integral. De acordo com a solução sugerida no documento, metade dos estudantes teria aula no turno matutino e o restante, no vespertino, de forma que a quantidade de pessoas nas salas fosse reduzida.
Alguns setores, contudo, teriam dificuldade para adaptar as medidas para evitar o contágio do coronavírus. É o caso do Programa de Educação Precoce e do Ensino Especial, já que as aulas seriam incompatíveis com o distanciamento de 1,5 metro recomendado. A Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep) propôs a manutenção da suspensão das atividades dessas turmas.
As escolas teriam de observar pelo menos cinco pontos para garantir a segurança no processo de volta às aulas, de acordo com o documento, como distância mínima de 1,5 metro e máscara para todos. As unidades também precisariam ter capacidade para medir temperatura dos estudantes, garantir que os profissionais da educação que são do grupo de risco fiquem em casa, além de dar condições para lavagem das mãos e outras medidas de higiene.
Há sugestão sobre as datas do calendário escolar, que teria o primeiro semestre de 10 de fevereiro a 21 de agosto. O segundo semestre seria contado de 31 de agosto a 22 de dezembro. Haveria uma semana de descanso, entre os dias 24 e 28 de agosto.
A comunidade escolar seria orientada sobre o retorno às aulas entre os dias 4 a 8 de maio. De 11 a 15 de maio, haveria o acolhimento dos professores, além da promoção de capacitação e orientação sobre as medidas para evitar contágio do novo coronavírus.
A Subsecretaria de Gestão de Pessoas destaca a necessidade da realização de um levantamento dos professores e alunos que se enquadraram no grupo de risco em cada unidade escolar. Também pede o detalhamento de cada escola sobre a presença de equipamentos para aferir a temperatura, de máscaras, além de estoque de álcool em gel e sabão.
O objetivo da pesquisa, de acordo com a nota técnica, seria a realização direcionada da compra dos itens indispensáveis para a promoção de um ambiente seguro diante das orientações das autoridades internacionais de saúde para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Além disso, o levantamento seria importante para definir possíveis transferências temporárias de professores diante da demanda de cada unidade escolar.
O ensino médio tem 131.226 alunos matriculados nas escolas públicas e privadas do DF, dos quais 21.206 são da modalidade técnica e profissional, de acordo com dados da Secretaria de Educação. Há 864.213 estudantes de todas as etapas de ensino na capital do país, incluindo o nível superior.
Em nota enviada à coluna, a Secretaria de Educação do DF disse que o plano para retorno às aulas deve ser apresentado nesta semana e o retorno das atividades depende da decisão do governador. A pasta vai sugerir datas adequadas às possibilidades logísticas e de conclusão do ano letivo ainda em 2020.
“Uma vez apresentado o plano da secretaria, caberá ao governador decidir sobre o retorno às aulas. O governo deverá considerar, entre outras coisas, quadro de evolução da pandemia na ocasião de sua decisão. Neste momento, as áreas estão voltadas para fazer uma proposta de retorno que leve em conta as recomendações médicas e não ofereça riscos à saúde”, concluiu.
Fonte: Portal Metrópoles