O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado hoje, dia 3 de dezembro, chama a atenção para a importância da inclusão e da eliminação de barreiras que limitam o acesso pleno à educação, ao trabalho e à vida em sociedade. No ensino superior brasileiro, a discussão ganha destaque não apenas pela dimensão legal, mas pelo impacto direto que a acessibilidade tem na qualidade institucional e na permanência estudantil.
Dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que 14,4 milhões de brasileiros se declaram pessoas com deficiência. Embora o debate sobre inclusão tenha avançado, a realidade das instituições revela que grande parte dos campi e estruturas acadêmicas ainda enfrenta desafios relacionados à adequação física, comunicacional e pedagógica. Isso afeta diretamente estudantes, docentes, técnicos e comunidade externa.
Nesse cenário, os Planos de Acessibilidade tornaram-se instrumentos fundamentais para orientar instituições na identificação de barreiras e no planejamento de soluções de curto, médio e longo prazos. Esses planos seguem normas técnicas, como a ABNT NBR 9050, e oferecem diagnósticos detalhados das condições de acessibilidade existentes, contribuindo para decisões mais seguras e alinhadas às diretrizes nacionais de educação.
Outra frente essencial para garantir transparência e qualidade educacional são os Planos de Infraestrutura, que reúnem informações precisas sobre ambientes, mobiliário, equipamentos e condições de funcionamento. Esses documentos são utilizados em processos de avaliação do MEC e ajudam as instituições a apresentarem sua realidade de forma técnica, organizada e verificável, reforçando a conformidade regulatória.
Além do diagnóstico, cresce a demanda por projetos de infraestrutura que articulem design, funcionalidade e identidade institucional. Ambientes acessíveis, sustentáveis e bem planejados não apenas atendem às exigências legais, mas também fortalecem a experiência acadêmica, ampliam a permanência estudantil e promovem a inclusão como valor institucional.
Mais do que cumprir normas, a acessibilidade no ensino superior está ligada à construção de espaços onde todas as pessoas possam circular, aprender, atuar e pertencer. Trata-se de um compromisso que envolve responsabilidade social, diversidade e inovação.
Na 2em1 Consultoria, trabalhamos para que faculdades, centros universitários e universidades cumpram não apenas as exigências normativas do MEC, mas também avancem em soluções estruturais que consolidem uma cultura de acessibilidade e de cuidado com as pessoas.
A acessibilidade, portanto, não é uma etapa final ou um ajuste eventual. É uma política contínua, que exige planejamento, diagnóstico, revisão e adaptação permanente. Em um momento em que a sociedade discute cada vez mais os direitos das pessoas com deficiência, compreender e aplicar esses princípios no ambiente educacional é essencial para garantir qualidade, equidade e futuro para todos.
Por Juliana Mucury
Fontes: IBGE — “Censo 2022: Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência”; Agência Gov / MDHC — “IBGE divulga dados sobre pessoas com deficiência no Brasil”; e Agência Brasil — “Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência”.