A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou nesta quinta-feira (27) que o modelo atual do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é “ultrapassado” — tanto no conteúdo quanto na logística de aplicação.
Ela defendeu uma reformulação da prova, a longo prazo, durante sua participação no XIII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, transmitido on-line.
“O Enem atual só existe na China e no Brasil. Nem Estados Unidos, nem Rússia, nem Índia: nenhum país extremamente populoso tem exame em um dia só, que mobiliza Exército, FAB [Força Aérea Brasileira], 6 milhões de provas impressas, [contratação de] aplicadores”, diz. “É uma operação gigantesca que não faz sentido num mundo conectado à internet.”
Segundo a presidente do CNE, as atualizações não deverão ser feitas já para a próxima edição do Enem. “Eu me refiro ao planejamento futuro. Desde 2009, quando a prova foi transformada em vestibular nacional, está em discussão esta mudança”, afirma.
Ela sugere os seguintes pontos:
“É preciso adaptar o novo Enem às novas matrizes da BNCC. A prova atual é um conjunto de conteúdos que não fazem sentido para um Congresso que está discutindo empreendedorismo, temas transversais e competências do século XXI, como criatividade e trabalho em equipe”, diz.
Guimarães de Castro afirma que o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) devem criar um grupo de especialistas para pensar no “Enem do futuro”.
“O modelo atual é absolutamente superado, seja nos conteúdos avaliados ou na logística gigantesca e caríssima.”
Abaixo, veja quais mudanças estão sendo implementadas no Enem:
FONTE: G1 Educação