“O desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil” foi o tema da redação a primeira versão digital da história do Enem. Uma das dúvidas sobre o Enem digital dizia justamente sobre a parte da redação: ela é manuscrita, com caneta preta, e não digitada no computador.
Segundo a professora Maria Aparecida Custódio, do curso e colégio Objetivo, o candidato poderia explorar na sua intervenção as desigualdades históricas entre estados brasileiros e os impedimentos para que regiões consigam desenvolver áreas como saneamento básico e educação.
“Sempre lembrando que o Brasil se destaca pela desigualdade e pelo baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, disse.
O professor Lennon Medeiros Côrtes, do cursinho Descomplica, disse que, em termos da aplicação da prova em si, “os comandos são bem simples. Na sala havia dois técnicos de suporte para ajudar os alunos. Me lembrou as provas teóricas do Detran”.
Em entrevista ao G1, Alexandre Lopes, presidente do Inep, disse que a experiência da versão digital amplia as possibilidades para o futuro. “Pode botar vídeo, gamificação [na questão]. A gente pode fazer provas muito mais interativas.”
Na opinião de Côrtes, da disciplina de linguagens, o conteúdo apresentado nessa prova digital foi “trivial. Senti até uma facilidade maior no nível em relação à prova impressa [aplicada nos últimos dois fins de semana]. Na redação não houve surpresa, embora o tema do digital tenha sido mais genérico. Já vi abordagens mais específicas na versão impressa”.
O Inep, organizador do exame, elenca quais são os fatores que podem levar o candidato a zerar na redação do Enem (seja a versão digital ou impressa):
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o uso da caneta preta de tubo transparente é obrigatório. Apesar de a prova ser digital, a redação é manuscrita, não digitada.
O Enem digital será aplicado em locais designados pelo Inep. Ninguém fará a prova em casa.
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirma que até há condições para fazer uma prova remota – existem tecnologias como câmeras que checam se o candidato está tentando colar ou obter vantagem indevida.
“Nós não pensamos em fazer no momento, mas é o natural pelo avanço da tecnologia. É um processo mundial. O que a tecnologia vai trazer de possibilidade no futuro é difícil de prever”.
O uso de máscara é obrigatório, por causa da pandemia. Segundo o presidente substituto do Inep, Camilo Mussi, haverá 25 candidatos por sala, em média. Ou seja: é essencial se proteger da infecção.
Os demais protocolos contra a Covid-19 também devem ser respeitados, como o distanciamento entre as mesas, a disponibilização de álcool em gel e a ventilação natural no ambiente.
Neste ano, serão três versões diferentes do Enem:
São questões e temas de redação diferentes. O nível de dificuldade, por outro lado, é sempre o mesmo, por causa da Teoria de Resposta ao Item (entenda aqui).
É verdade: o candidato clicará na alternativa certa e depois salvará a resposta no computador. Não será necessário pintar o gabarito.
Os candidatos do Enem digital receberão, sim, uma folha de rascunho para fazer contas. Por causa disso e e da redação manuscrita, é importante levar a caneta preta de tubo transparente.
Segundo o Inep, haverá, sim, computadores para todos. Inclusive, cada local de prova terá máquinas extras que podem substituir as que apresentarem problemas.
Se alguma quebrar, um técnico de informática disponível na sala avaliará a possibilidade de transferir o candidato para outro computador. Se o procedimento demorar menos de 15 minutos, o estudante pode terminar a prova. Caso leve mais tempo, ele terá de fazer a reaplicação do Enem em fevereiro.
Conforme o que foi explicado acima, não há a possibilidade de fazer a prova em casa.
Para impedir a cola nos locais do exame, os computadores não terão acesso à internet nem lerão CDs ou dispositivos conectados por cabo USB. O candidato também não conseguirá usar programas de edição de texto (como Word) ou calculadora.
O Inep divulgou um tutorial sobre a prova.